segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um Natal de artes

O Natal para mim, sempre foi uma data maravilhosa. Era uma época em que nós, meninos e meninas da rua das Artes, nos deixávamos contagiar por esta magia. Os presentes, embora muito simples, eram sempre aguardados com muito carinho. As comidas e guloseimas, as roupas novas, a reunião de familiares e amigos... Era uma época de ouro, só faltava nevar para ficar completa! Mesmo assim, não tínhamos este calor escaldante de hoje em dia.
Lembro-me com muita saudade daqueles dias, em que a vida não era tão dura. Não ouvíamos notícias ruins a cada 10 segundos, não permitíamos que as redes sociais invadissem o nosso grupo de brincadeiras e conversas.
A casa de Dona Teresa, onde a maioria se reunia, era considerado o point da alegria. Era de fato um tempo mágico, do qual amargo uma saudade imensa, e com esta mesma saudade, a tristeza de não poder oferecer aos meus filhos uma infância igual.
Os vizinhos eram todos amigos e se respeitavam. Os meninos e meninas, viviam tranquilos, sem os riscos de oferecerem drogas, ou algum convite para praticar atos maléficos.  O mundo ainda não estava corrompido como vemos hoje... Mas enfim tudo isto passou, e me vejo feliz em ter vivido esta época.
A todos voces, meus eternos meninos e meninas da rua das Artes, tenham TODOS um FELIZ NATAL!!!!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

As festas

Nesta época do ano, sempre recordo das festas juninas que fazíamos. Mauro, era sempre o líder que organizava a "quadrilha", realizava ensaios, marcava os passos e etc. Era muito gostoso ver todos aqueles meninos e meninas alegres e imbuídos em fazer o melhor.
Vários eram os ensaios, várias eram as combinações de passos. No dia da festa, todos ajudávamos a enfeitar a rua e o quintal de dona Tereza, onde normalmente fazíamos a festa.
Cada vizinho participava com algum tipo de comida e bebida. Eram dias lindos!!!
Dentro de toda a simplicidade que tínhamos, e a falta de recursos, ainda conseguíamos fazer uma festa muito bonita. Hoje sinto muita falta daquilo que fomos e deixamos ir aos poucos: a UNIÃO e AMIZADES verdadeiras.
Tenho saudades de todos, e consigo imaginá-los de novo apenas fechando meus olhos. Hoje com certeza todos estão bastante diferentes. Amadurecemos e o tempo deixou suas marcas em cada um de nós. Mas a verdadeira essencia daquilo que fomos, e que foram todos os meus amigos, eu guardo em uma pequena caixa, como se fosse um tesouro, dentro de meu coração...
E vamos pular a fogueira!!!!!

sábado, 7 de julho de 2012

Uma breve lembrança do tempo

Quantas saudades de meu pequeno pedaço de chão, onde eu era aquilo o que queria a minha imaginação. Dias de alegria, expectativas e esperança, em um mundo melhor, com todos os sonhos realizados. Queria tanto tornar cada ensaio que fiz no meu pequeno e amado território, a apresentação de sucesso onde tudo o que foi imaginado e ensaiado, fosse realizado.
Ahhh..., a vida, as pessoas, o mundo, os interesses pessoais...
Quantas saudades do herói que fui, do gênio que me imaginava, do menino pobre que era rico de sonhos, dos ares e odores da minha terra, dos meus "gibis", das ferramentas de meu pai, dos Domingos de matinê, dos campeonatos solo de botão.
Que saudades do menino que fui, sonhador, ingênuo, iludido...
Que saudades de meu pequeno reino, na rua das Artes...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como era...

Para melhor descrever o meu precioso pedaço de chão, precisarei mostrar como era a rua das Artes na decada de 70/80.


1 - Terreno baldio esquina com Artes e Fiação;

2 - Casa de esquina da "Dorinha";

3 - Neste espaço eram casas antigas, onde morava Dna Raimunda;

4 - Terreno Baldio esquina com Artes e Estampadores, onde havia a casa de Dna Maura e filhos;

5 - Terreno Baldio esquina com Artes e  Estampadores;

6 - Rua das artes 121 Frente, casa de dona Tereza;

7 - Rua das Artes 121 casa 1, onde eu morava com meus pais;

8 - Rua das Artes 121 casa 3, onde meu pai morou até falecer em 16/04/11;

9 - Casa de Dona Maria e seu Manuel, pais de Fernando, Renato e Daniel;

10 - Terreno que ficava a frente da Casa de Dona Maria;

11 - Casa de Sr Carlos;

12 - Casa de Dna Cléia e João (flamenguista), e filhos;

13 - A ponte sobre o valão da rua Barão de Capanema era em madeira;

14 - Terreno onde era a casa de Marcos, Zé e Sidney (amigos)

15 - Neste local era uma espécie de vila de casas, onde  a minha avó morou um bom tempo;

16 - Casa de João Jacaré e filhos ( Tatiana, Claudio, e outras duas que não me recordo).

Agora sim, tenho tudo o que preciso para iniciar as narrativas de minha infancia, adolescencia e um pouco da fase adulta.
Já morei em muitos lugares, conheci muitos lugares no mundo, mas jamais senti saudades iguais as que sinto pela rua das Artes. É prazeiroso lembrar de cada detalhe de minha infãncia, das pessoas que conviveram comigo e que a anos não vejo. e daquelas que já partiram.
Apenas lamento que os meus filhos, muito provávelmente não terão a infância despreocupada que eu tive. Mas cada tempo, é o seu tempo....




domingo, 22 de abril de 2012

Dias de brincadeiras

Hoje com este tempo chuvoso e vendo meus filhos brincando, relembro meu tempo da saudosa infancia. Era realmente um tempo mágico, pois comparando o aparato tecnológico e recursos que meus pequenos têm em mãos,  à criatividade que tínhamos na época, fomos realmente crianças que superavam as adversidades.
Dias de chuvas:
Eu costumava guardar embalagens de uma manteiga chamada "Campo Grande" (uma caixa pequena e retangular amarela), e quando possuia ao menos 6 delas, as unia com tiras de papel e cola e fazia um trem, brincando com a minha pequena maravilha na sala de minha casa. Não havia tv a cores ainda, muito menos projetores 3D, plasma, HBO, Disney Channel e etc, mas eu brincava e me sentia bastante feliz em comandar um trem de embalagens de manteiga em meu reino de fantasia.
O meu pequeno tesouro era contido em uma caixa de madeira, onde eu guardava meus gibis e álbuns de figurinhas incompletos. Tudo isto adquirido poupando centavos semanais no dinehiro para o lanche na escola. Haviam uns albuns de figurinhas de times de futebol, que prometiam prêmios a quem completasse uma página, ou então se fosse contemplado com uma figurinha "carimbada", que fazia juz ao prêmio sem a necessidade de preencher a página. O álbum em si era feio, figurinhas mal impressas, mas os prêmios anunciados eram o chamariz: Ferros de passar roupa, Mochilas, chuteiras, bola de couro e etc, bem diferente dos PSP's, Passaporte Disney e etc de hoje em dia. Confesso que nunca consegui ganhar nada....
Nós éramos felizes com muito pouco em nosso vasto reino.
Em dias de chuvas era muito complicado, pois a rua das Artes não era pavimentada, e diversas poças de lama se formavam e quando precisávamos sair para comprar algo para nossos pais, era um verdadeiro caos de lama. Confesso que eu adorava afundar meus pés nas poças, mesmo sabendo da bronca que levaria no meu retorno a minha casa.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: Morro de saudades daquele tempo!
Aos poucos eu irei postando as aventuras e descobertas...

sábado, 14 de abril de 2012

Contando a história

Falar sobre os meninos e meninas da rua das Artes, em Bangu, não é uma tarefa tão simples. Eu levei muito tempo para iniciar este projeto, e tentarei ser o mais fiel possível em todos os relatos.
Era uma época de ouro, em que hoje sabemos que o mundo estava em grandes mudanças, mas para nós só havia o desejo de brincar e descobrir o mundo dentro de nossa inocência. Não haviam programas formadores de opinião e manipuladores como vemos hoje. Nossa infancia seguia segura dentro da vigilância de nossos pais, sem celulares ou GPS.
Alguem poderá dizer que sou um saudosista ultrapassado, mas eu discordo disto, pois me vejo como uma pessoa normal que apenas viveu uma época de respeito em todos os aspectos. Ouvíamos os sermões dos mais experientes e mesmo que discordando, silenciávamos em respeito.
Os vizinhos eram mais do que simples vizinhos, eram amigos! Infelizmente a minha saudade não tem o poder de trazer de volta os que se foram, mas posso citá-los com carinho e manter viva as suas memórias. As festas de aniversário, fim de ano, páscoa e etc, tinham sempre uma boa parte do grupo compartilhando em comum. Era algo fantástico, bem diferente da frieza de hoje...
Eu vou citar os nomes das familias que mais foram importantes, para que cada personagem tenha o seu papel dentro de meus relatos:

1 - Dna Tereza e Adilson, filhos: Mauro, Gracinha e Marquinho;

2 - Dona Maria e Manuel, filhos: Fernando (nanico), Renato e Daniel;

3 - Dona Cléia e João, filhos: Claudia, Cristiane, e dois meninos que não me recordo os nomes;

Infelizmente Dona Tereza e Adilson já são falecidos, mas foram muito importantes em meu crescimento, pois eram nossos vizinhos diretos e eram pessoas muito alegres e honestas.
Dona Maria ainda vive na rua das Artes, e os meninos todos são casados.
Tambem lamento  falecimento de Dona Cléia, que era uma pessoa muito alegre e tranquila. João o marido eu encontrei a pouco tempo na rua das artes. Uma pessoa adorável e ilustre Flamenguista, muito bom de papo e gostava bastante de dançar, grande pessoa!

Os outros irão entrar nos relatos gradativamente, pois infelizmente é muito dificil concentrar todas as lembranças e colocá-las em ordem cronológica.
Nas proximas postagens, iniciarei os relatos sobre as aventuras, descobertas, frustações e as artes, que fizemos na rua das ARTES!